A Universidade da Beira Interior (UBI) está a expor os vestidos que foram criados na segunda edição do projecto “Xi-Coração”, que é desenvolvido na Unidade Curricular Design de Vestuário do curso de 1.º Ciclo de Design de Moda. As peças podem ser vistas na Galeria da Real Fábrica de Panos, até perto do final de janeiro do próximo ano, antes de embarcarem para África, onde serão distribuídas em orfanatos pela Organização Não-Governamental “Little Dresses for Africa”.
A exposição é composta pelo vestuário que foi produzido no ano letivo anterior, sob orientação da docente Rafaela Norogrando, e que será desenvolvido novamente este ano. Neste âmbito, os alunos são desafiados a produzir peças com material têxtil reciclado, como roupa velha, restos de tecidos ou fibras têxteis. Produzem-se novas peças de vestuário através de uma metodologia projetual de design de moda e de uma abordagem cultural e sustentável, direcionada para a dimensão social do próprio design.
“É um projeto metodológico de ensino que tem tido um resultado muito bom com os estudantes. Eles são estimulados por este abrir de portas ao mundo, trabalham com carinho e aprendem com prazer e dedicação”, salienta Rafaela Norogrando, acrescentando que foram ainda aproveitadas sinergias com outos cursos da UBI “e são bem-vindos os apoios de todos os interessados em colaborar”.
Os vestidos são depois distribuídos no Continente africano e, apesar da dificuldade em rastrear onde são entregues as dezenas de peças (habitualmente mais de 80), a docente da UBI tem registos da sua utilização em Angola, Moçambique e Quénia.
A exposição fica patente até 25 de janeiro e tem a designação de “Às Meninas e aos Nossos”. Durante esta mostra, qualquer pessoa poderá ainda doar peças de roupa que serão depois entregues às vítimas dos incêndios, material que irá juntar-se às peças que já foram destinadas para esse fim.
“Nós participamos com a doação do nosso material de trabalho que não havia sido manipulado e que teria condições dignas de uso. Também juntamos nos nossos lares brinquedos e outros objetos”, explica Rafaela Norogrando.
Um projeto de responsabilidade social que, desta forma mobiliza a comunidade académica para o apoio às populações próximas e distantes.
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