Alunos e professores da Escola Básica e Secundária Amadeu Gaudêncio, da Nazaré, estiveram na Universidade da Beira Interior (UBI), na quinta-feira, dia 13 de dezembro, numa tarde de contacto com obras e figuras incontornáveis da literatura portuguesa. Na Sala das Doações da Biblioteca Central assistiram a um evento organizado pelos professores Henrique Manso e Cristina Vieira, no âmbito da divulgação da universidade e da orgânica e dinamismo do Departamento de Letras desta instituição.
Os alunos foram surpreendidos ao longo de um passeio fora do normal pela literatura portuguesa, desde a representação do “Monólogo do Vaqueiro”, peça com que Gil Vicente, em 1502, estreou o teatro em Portugal. Na UBI, a encenação esteve a cargo do diretor da licenciatura em Estudos Portugueses e Espanhóis e da Unidade Curricular Literatura Portuguesa Clássica, Henrique Manso, com o auxílio de uma voluntária do público para o papel de rainha D. Maria.
A "mestre de cerimónias", que entrevistava os ilustres "convidados" que se seguiram ao mestre Gil Vicente, foi Cristina Vieira. A docente de Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea e diretora do Mestrado em Estudos Lusófonos pôde conviver e fazer conviver alunos e professores da escola da Nazaré com autores maiores da literatura lusa, como Camões, Sá de Miranda, D. Dinis, João Ruiz de Castelo-Branco e Bocage. Como não podia deixar de ser, Saramago, nestes vinte anos da atribuição do Prémio Nobel ao autor de Memorial do Convento, esteve também em destaque.
O evento atraiu as atenções não só pelos momentos dramatizados mas também pelos momentos musicais, como foi o caso do soneto camoniano "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", ao som da música de José Mário Branco. Uma tarde em que se meditou sobre a importância das letras, num mundo cada vez mais dominado por tecnocracias kafkianas.