Paulo Silva e Igor Matias, alunos de Engenharia Informática, estão na Guiné-Bissau, durante três semanas, para ministrar princípios básicos de informática aos professores da escola de Cumura, frequentada por mais de mil alunos e apoiada pela Igreja Católica, tornando-se no único local na vila com acesso à internet.
Independentemente dos ganhos que o acesso à internet venha a trazer à população de Cumura, para já a escola local passa a ter os registos e pautas dos alunos informatizados, os professores poderão ter formação no uso e manutenção de equipamentos informáticos e a ligação da comunidade ao exterior será facilitada, referiu Paulo Silva, citado pela Lusa.
Os dois portugueses já vão na quarta visita à Guiné-Bissau, no âmbito do projeto “Querer e Fazer”, iniciado em 1981 na Universidade Nova de Lisboa, tendo depois passado para a coordenação da UBI e estando desde 2016 a desenvolver várias iniciativas com a Igreja Católica de Cumura, nomeadamente, através do apoio ao hospital e escola locais, ao mesmo tempo que jovens guineenses são formados na UBI em diversas áreas.
Um dos princípios básicos do “Querer e Fazer” é permitir que jovens licenciados e profissionais tenham contacto com uma realidade diferente da europeia, interligando as suas áreas de formação (Medicina, Farmacêutica, Informática e Ensino) ao desenvolvimento dos países onde atua o projeto, assinalou Igor Matias.
O projeto já abrangeu Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe e agora está na Guiné-Bissau, concretamente junto da comunidade de Cumura.
Os dois informáticos afirmam adorar a Guiné-Bissau, mas esclarecem que, daqui para a frente, a ideia é passar aos técnicos guineenses as competências para desenvolver a rede de internet em Cumura, ainda que possam prestar apoio à distância, em casos de dúvidas e necessidades.
Os professores formados vão agora ensinar aos alunos da escola as competências adquiridas com os dois técnicos portugueses.
Pese embora a lentidão na conexão da internet, acedida através do sinal de rádio de uma operadora privada, Paulo e Igor sentem-se em casa em Cumura, onde têm amigos e até já ‘arranham’ algumas palavras em crioulo guineense.