A Covilhã entrou para a Rede das Cidades Criativas da UNESCO, tendo contado com o contributo da Universidade da Beira Interior (UBI). Como resultado do trabalho desenvolvido por mais de duas dezenas de docentes da instituição, com a coordenação de Francisco Paiva, Diretor Executivo do projeto, a Covilhã passou a integrar o conjunto alargado de 49 cidades às quais a UNESCO atribuiu este estatuto, conforme foi anunciado a 8 de novembro.
Fizeram parte da candidatura, preparada ao longo de cerca de três anos, docentes das faculdades de Artes e Letras e de Engenharia. O Conselho Estratégico da Candidatura foi presidido por Rui Miguel, também docente da UBI.
Coube aos elementos da academia fazer o mapeamento e curadoria de seis sectores: “Design, Indústria e Artesanato”; “Design, Têxtil e Moda”; “Design, Cidade e Território”; “Design, Cultura e Artes”; “Design e Serviços Digitais”; e “Educação para o Design e Cidadania”.
O resultado positivo do processo desenvolvido pelas entidades envolvidas, com a Câmara Municipal da Covilhã como proponente, é considerado “a vários títulos exemplar”, refere Francisco Paiva, acrescentando que a aprovação “configura uma distinção ímpar, que eleva a cidade e a região, mas também e sobretudo a UBI”.
A Covilhã na Rede da UNESCO está assente em estruturas como museus (Arte Sacra, da Covilhã e Lanifícios), galerias de arte (Tinturaria, António Lopes e Centro de Inovação Cultural), as rotas de Arte Urbana, Arte Nova, Descobrir a Covilhã, Judiarias, Património Industrial, Rota da Lã e o New Hand Lab, este último vocacionado para o turismo industrial e criativo, “sendo uma referência no campo artístico e do Design”, escreve a Comissão Nacional da UNESCO, no seu portal WEB, na descrição da Covilhã.
No mesmo local, é referido que “enquanto Cidade Criativa em Design, irá promover a cultura e a criatividade como valores ecossistémicos fundamentais para o desenvolvimento da Cidade e da Região, através da salvaguarda do património e dos saberes-fazer tradicionais, valorizando os produtos endógenos, designadamente os relacionados com os têxteis”.
Da Rede de Cidades Criativas da UNESCO fazem parte já 295 cidades localizadas em 90 países. Em Portugal, a lista incluía seis localidades. As primeiras têm este estatuto desde 2015. São elas Amarante, Idanha-a-Nova (no distrito de Castelo Branco), Leiria (Cidade Criativas da Música), Óbidos (Cidade Criativa da Literatura), Barcelos, Caldas da Rainha (Cidades Criativas do Artesanato e Artes Populares) e Braga (Cidade Criativa das Artes Digitais). Além da Covilhã, também Santa Maria da Feira foi classificada, este ano anos, na área da Gastronomia.