Os segredos que o cabelo pode revelar

Unidade de investigação   21 de julho de 2023

Um cabelo com seis centímetros pode mostrar-nos que substâncias consumimos ou às quais fomos expostos no último meio ano. O estudo toxicológico capilar já existe há alguns anos, mas o jovem investigador covilhanense Bruno Pires está a desenvolver um método mais económico e amigo ambiente.

Ficheiro com o nome: BANNER_FCS485

Aqui não há a agitação tradicional de um ambiente estudantil. O silêncio impera nos corredores e salas do CICS - Centro de Investigação em Ciências da Saúde, organismo da Universidade da Beira Interior (UBI) onde Bruno Pires, estudante do 2.º ano do mestrado em Bioquímica, tem passado muitos dos dias - e algumas noites.

A investigação é, por vezes, uma missão solitária, de grande introspeção. “São muitas horas. É uma tarefa que se torna uma paixão e que nos absorve por completo. Tenho jornadas de trabalho de quase 20 horas. Já entrei aqui às 7 da manhã e saí às 2 da madrugada do dia seguinte”, revela-nos o jovem covilhanense, enquanto prepara mais um “kit” laboratorial.

Mas a que se deve tamanha dedicação? Bruno Pires está a desenvolver um método de estudo que pode trazer grandes vantagens ecológicas na área da toxicologia das amostras de cabelo, principalmente em relação à deteção do consumo de anfetaminas. Recentemente foi premiado no 27th Meeting of the Society of Hair Testing (SoHT), onde defendeu a investigação perante as exigentes questões de vários cientistas europeus. O trabalho do jovem vai a outros congressos em breve e mais distinções poderão estar a caminho.

Mas comecemos pelo princípio: o que é o estudo do cabelo? Há muitos anos que esta componente do corpo é analisada, sobretudo em matéria de saúde e estética, desenvolvendo-se produtos para o tratar, fortalecer ou embelezar. Contudo, o cabelo tem sido utilizado também na área da toxicologia, uma vez que é uma espécie de “cédula”, em que ficam registados dados muito importantes relacionados com as substâncias (lícitas e ilícitas) consumidas.

in Jornal do Fundão

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