O Centro Clínico e Experimental em Ciências da Visão (CCECV) da Universidade da Beira Interior assinala esta quinta-feira (12 de outubro) o Dia Mundial da Visão, com a promoção de ações que procuram conhecer o estado refrativo, explorar hábitos e estilos de vida que afetam a saúde visual e perceções individuais sobre a temática. Estas ações estão inseridas nas atividades do projeto VER+ e envolvem os alunos do 2.º Ciclo de estudos em Optometria e Ciências da Visão, para aumentar a sensibilização destes futuros profissionais para princípios e estratégias de promoção da saúde visual. As atividades decorrem na Fábrica do Moço (Polo I da UBI).
O Dia Mundial da Visão é um evento anual, dinamizado pela Agência Internacional de Prevenção da Cegueira, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde, celebrado na 2.ª quinta-feira do mês de outubro. A ação foi desenvolvida com o intuito de sensibilizar a população para a deficiência visual e desenvolver estratégias facilitadoras de acesso aos serviços de saúde visual.
A visão é um dos sentidos mais importantes do ser humano e um importante meio de comunicação. O mundo que nos rodeia está estruturado em função do estímulo visual, seja na escola, no trabalho, ou em qualquer lugar, é suposto que possamos ver a informação que é colocada ao nosso dispor. Estas habilidades encontram-se de tal forma automatizadas que tomamos a visão como garantida, mas sem a visão seria mais difícil aprender a andar, a ler e a trabalhar. Numa sociedade global assente na capacidade de ver, as deficiências visuais têm impacto ao longo de todo o ciclo vital afetando o desenvolvimento infantil, o desempenho escolar, o percurso profissional, a produtividade e a capacidade funcional nos idosos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos 2,2 mil milhões de pessoas no mundo têm uma deficiência visual ou cegueira, das quais pelo menos mil milhões tem uma deficiência visual que poderia ter sido evitada ou ainda não foi tratada. A nível mundial, os erros refrativos não corrigidos e a catarata não operada, constituem as principais causas de deficiência visual, apesar dos erros refrativos não corrigidos poderem ser tratados com um par de óculos apropriado e a catarata poder ser tratada através de cirurgia. A miopia é o erro refrativo mais comum, que afeta crianças, adolescentes e jovens e que pode acarretar graves problemas na idade adulta. Estima-se que até 2050, a miopia afete 5 mil milhões de pessoas, mais de metade da população mundial, prevendo-se que na Europa Ocidental 56% da população venha a sofrer desta condição. A miopia é, portanto, uma condição ocular que se está a tornar cada vez mais comum, observando-se nas últimas décadas um aumento bastante acentuado em todo o mundo.
Em Portugal não existem dados que nos permitam conhecer a dimensão deste problema. A escassez de dados epidemiológicos e o desconhecimento de indicadores de saúde objetivos quanto a esta temática, limita os decisores políticos e governantes a adotarem medidas que procurem satisfazer as necessidades da população nesta área.