O Hospital Faz de Conta regressou este ano para aquela que foi a XIV edição. Após um ano de interrupção devido ao surto de COVID-19, o evento teve lugar na Faculdade da Ciências da Saúde (FCS) que foi decorada a rigor para acolher um verdadeiro hospital encantado, em que o tema principal era “A selva”. Pela iniciativa passaram mais de quinhentas crianças que tiveram a oportunidade de levar os seus brinquedos ao médico. Entre brincadeiras, os “pacientes” passaram pelos diferentes ambientes hospitalares e auxiliaram os “médicos”, nomeadamente os estudantes do Mestrado Integrado em Medicina, no diagnóstico e tratamento das doenças de que sofriam.
Apesar de ser um evento de grande diversão para os mais novos, o HFC tem um objetivo muito nobre. De acordo com a Coordenadora Geral do Hospital Faz de Conta, Margarida Ornelas, a iniciativa procura “desmistificar o medo da bata branca muitas vezes sentido pelos mais novos” pelo que os alunos voluntários recorreram à utilização de batas e instrumentos habitualmente utilizados em contexto médico, permitindo dessa forma uma “boa experiência e familiarização com os serviços de saúde”, explica a jovem.
Destinado a crianças entre os 3 e os 7 anos, o evento permitiu aos mais novos desempenhar o papel de pais de um boneco que se encontrava doente e que pretendiam tratar, levando-o ao hospital. As crianças puderam participar, passando por diferentes áreas hospitalares, como a consulta, a sala de tratamentos, o bloco operatório, o internamento e a farmácia.
De acordo com a jovem estudante de Medicina, o Hospital Faz de Conta consiste numa atividade promovida pelo MedUBI, com a colaboração dos núcleos de outros cursos, nomeadamente o UBIPharma, Núcleo de Estudantes de Ciências Farmacêuticas da UBI.
Daniela Rodrigues, aluna do 4º ano de Ciências Farmacêuticas, foi uma das colaboradoras do evento. Apesar de já conhecer a iniciativa, participou na edição deste ano pela primeira vez por “gostar muito de crianças e pela experiência, para me divertir e ao mesmo tempo mostrar às crianças o que é uma farmácia”. Os estudantes da UBI tiveram a optunidade de “apresentar a farmácia, ver se as crianças estavam familiarizadas com o local, se alguma vez tinham ido a uma farmácia, se sabiam o que faz um farmacêutico, bem como advertir para o uso de medicamentos sem a supervisão de um adulto”. Além disso, a jovem de 21 anos conta que depois desta apresentação “foram tratados os bonecos que cada um trazia com o que tínhamos ao dispor na farmácia piloto”.
Após o final da experiência, Daniela destaca o caráter enriquecedor da mesma: “O mais gratificante foi mesmo ver a alegria e o entusiasmo das crianças quando entraram na farmácia e todo o interesse que tinham em coisas que para eles eram novas. É importante familiarizar os mais novos com sítios que os vão acompanhar a vida toda e tentar que percam alguns medos que todas as crianças têm, por exemplo quando vão ao hospital ou quando se cruzam com alguém com uma ‘bata branca’”.
A pandemia colocou algumas dificuldades à organização e realização do evento. “O contexto pandémico que vivemos revelou-se a maior dificuldade sentida na realização do projeto, tendo causado o cancelamento inesperado de algumas das escolas”, revela Margarida Ornelas.
Após 8 meses de preparação, a coordenadora do HFC faz um balanço positivo da iniciativa: “É um sentimento de dever cumprido, após o feedback das escolas e ao aperceber-me durante o projeto da felicidade das crianças. Foi extremamente gratificante concluir assim o Hospital Faz de Conta”, explica a jovem.
Esta iniciativa do MedUBI contou ainda com um filme relacionado com a igualdade de género e higiene das mãos, realizado com a colaboração dos alunos de CinUBI, Núcleo de Estudantes de Cinema da UBI, e que, devido ao COVID-19, veio substituir o habitual teatro com atores presenciais.
A passagem pelo HFC não acabava aí. Com o patrocínio da Animactiva, as crianças tiveram acesso a um parque de insufláveis onde puderam brincar.
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