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Investigação do CICS-UBI aponta novos caminhos para a recuperação depois de AVC

  • NOTÍCIA
  •   16 de junho de 2016  

Um artigo com origem no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da Universidade da Beira Interior, publicado numa das mais importantes revistas de nanociência, aponta para as vantagens do tratamento com nanopartículas.

Ficheiro com o nome: IMG_4812

 

Um estudo em desenvolvimento no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) está a obter resultados promissores na utilização de nanopartículas contendo ácido retinóico para a recuperação de pacientes que sofreram AVCs. Em análise está o potencial de um composto que possibilita a administração eficaz de ácido retinóico, cujos resultados obtidos até ao momento apontam para a possibilidade de tratamento de vasos sanguíneos e do tecido neuronal afetados por um AVC isquémico. As conclusões alcançadas até ao momento no Centro que integra a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI) estão incluídas num artigo publicado na “Nanoscale”, uma das mais importantes revistas científicas da área da nanociência.

O artigo, encabeçado pela investigadora do CICS Raquel Ferreira, tem como título “Retinoic acid-loaded polymeric nanoparticles enhance vascular regulation of neural stem cell survival and differentiation after ischaemia” e coautoria de outros elementos da mesma unidade, juntamente com médicos do Centro Hospitalar da Cova da Beira (Covilhã), um clínico do Hospital Universitário de Coimbra e um investigador de um centro de Coimbra. Participaram na realização do trabalho Márcia Fonseca, Tiago Santos e Liliana Bernardino (CICS), Miguel Castelo-Branco, que é também diretor do Mestrado Integrado em Medicina da FCS-UBI, e ainda Fátima Paiva e Ricardo Tjeng, clínicos do Centro Hospitalar Cova da Beira, João Sargento-Freitas, clínico no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e Lino Ferreira, investigador no Biocant Park e no Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra.

No artigo, numa primeira fase, fica demonstrado que há fortes possibilidades de o agente terapêutico proposto – o composto que combina ácido retinóico em nanopartículas – reabilitar as células endoteliais dos vasos sanguíneos, afetadas pelo mesmo tipo de dano que ocorre durante um AVC.

No entanto, o estudo aponta de seguida para outro benefício. Isto é, a reabilitação das células endoteliais permitirá recuperar o tecido neuronal, através do estímulo da sobrevivência, proliferação e diferenciação das células estaminais neurais em neurónios adultos, que poderão repovoar a área de lesão.

Em teoria, de acordo com Raquel Ferreira, a administração destas nanopartículas “não só pode reabilitar os vasos propriamente ditos, mas igualmente possibilitar que novos nerónios proliferem, migrem para a zona de lesão e sobrevivam”. Um resultado obtido até agora apenas no CICS, que a investigadora admite ter sido surpreendente: “Foi algo que não esperávamos que fosse tão robusto”.

Durante a investigação foram também recolhidas células progenitoras endoteliais do sangue de vítimas de AVC e o tratamento com o composto em análise fez aumentar o seu número, abrindo as portas a duas utilizações desta técnica.

“Podemos ter duas possibilidades. Uma delas é a administração destas partículas de forma intravenosa, de maneira a estimular o mecanismo de regeneração interno. Para isso ainda é necessário fazer ainda uma série de testes para confirmar que não há riscos para outros órgãos. Mas podemos também recolher as células progenitoras endoteliais e aumentar o seu número in vitro e voltar a injetá-las no doente para que façam o que sabem de melhor: promover a reparação tanto vascular como do tecido cerebral”, explica Raquel Ferreira.

A investigadora espera agora ter “dentro de um ano” mais elementos, depois de realizar testes em modelo animal. “Atendendo aos resultados, que para já parecem estar bem encaminhados, vou tentar ensaios preliminares em modelos mais complexos”, salienta. 

A publicação na “Nanoscale”, que tem um fator de impacto de 7.4 e é editada pela Royal Society of Chemistry, também credibiliza a investigação. Trata-se de uma revista científica que está entre as melhores e se direciona para a aplicação de terapêuticas de novas formulações. “Isso acaba por validar o que estamos a fazer aqui, porque é uma publicação que os profissionais da área vão ler e reconhecer como muito relevante”, conclui Raquel Ferreira.

Data da última atualização: 2016-06-16
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