São apresentadas, no Museu de Lanifícios, duas conferências sobre Ernesto Korrodi (Zurique, 1870-Leiria, 1944), um arquiteto com nacionalidade suíça e portuguesa, que deixou marcas patrimoniais na cidade da Covilhã.
Entre elas, destacam-se os projetos arquitetónicos estilo Arte Nova ”Empresa Transformadora de Lãs, Lda.” (1920), atual Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI), o “Palacete-Jardim”, projetado para a família de Joseph Bouhon, em 1915, classificado como Monumento de Interesse Público, e as agências do “Banco de Portugal” (1922-1925) e do “Banco Nacional Ultramarino” (anos 20 do séc. XX).
Serão abordadas duas perspetivas sobre a vida e obra de Ernesto Korrodi, pelas conferencistas Genoveva Oliveira e Mónica Romãozinho, que evidenciam o seu legado artístico e humanista e a qualidade dos seus desenhos, que resultaram numa perfeita simbiose entre o exterior e os interiores dos seus projetos arquitetónicos.
A entrada é livre e dispensa inscrição prévia.
Programa
14h30
GENOVEVA OLIVEIRA | KORRODI – Do Humanista ao Arquiteto
Korrodi, suíço e apaixonado por Portugal, viveu na transição dos sécs. XIX-XX, entre Braga e Leiria, deixando um importante legado artístico. Mas o seu legado humanista é talvez o mais extraordinário de todos. Lutador de causas sociais e humanistas, como a redução do número de horas de trabalho, a conquista de um dia livre por semana, foi também um grande defensor do património cultural e natural no distrito de Leiria. Professor e arquiteto, viajou pelo país dando diversas conferências e divulgando as nossas riquezas.
MÓNICA ROMÃOZINHO | O papel do desenho no percurso de Ernesto Korrodi enquanto Arquiteto e Designer
No contexto oitocentista e início do século XX, marcado por projetos essencialmente ecléticos, os interiores domésticos e respetivo mobiliário resultavam do trabalho desenvolvido por arquitetos, decoradores, pintores ou entalhadores. Evidenciamos o papel de Ernesto Korrodi (1870-1944), professor contratado pelo governo português para lecionar no ensino industrial, que se evidenciaria pela sua metodologia projetual, particularmente sedimentada no desenho. Os seus projetos revelavam um elevado sentido de unidade e síntese, resultante do entendimento do espaço interior como um todo coerente que advém das relações que se estabelecem entre planos, ornamento, iluminação e mobiliário. Pretendemos, com esta apresentação, analisar registos gráficos produzidos pelo autor em causa, compreender a sua vocação como fonte de perceção da realidade envolvente e como via da exploração projetual ou de apresentação final.
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