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Partidos Políticos não promovem comunicação on-line com eleitores

  • NOTÍCIA
  •   04 de junho de 2015  

Um projeto de investigação da UBI analisou, ao longo dos últimos três anos, os websites dos partidos políticos portugueses para estudar a forma como se comunicam com os cidadãos por esta via. Os resultados indicam que a interação é muito limitada, ou seja, os partidos políticos não querem perder o controlo da mensagem e usam a Internet mais como ferramenta de difusão do que para ouvirem os seus potenciais eleitores.

Ficheiro com o nome: 7572019_gTI6Y

 

O estudo, orientado pelo professor catedrático do Departamento de Comunicação e Artes, Paulo Serra, teve início em março de 2012 e foi concluído recentemente. A partir dos resultados obtidos, é possível concluir que a maioria dos cidadãos acede aos sites à procura de informações atualizadas e com a expetativa de estabelecer um diálogo através de ferramentas que, aparentemente, favorecem a interação nos próprios sites ou nas redes sociais. A realidade é que, geralmente, os partidos não participam das conversas online nem nos diálogos que, a acontecerem, não ocorrem entre os políticos e os comentadores, mas apenas entre os segundos, o que resulta numa comunicação “horizontal”.

Na análise foram tomados como referência os sites dos cinco partidos políticos com representação parlamentar: Centro Democrático e Social-Partido Popular (CDS-PP), Partido Social Democrata (PSD), Partido Socialista (PS), Partido Comunista Português (PCP) e Bloco de Esquerda (BE). Os investigadores estudaram as suas páginas web e realizaram testes para verificar o grau de interação com os cidadãos, como enviar e-mails ou fazer comentários nas notícias da web e nas páginas do Facebook de cada partido.

No âmbito deste projeto foi ainda realizado um inquérito que revelou que apenas 20 por cento dos portugueses visita os sites dos partidos políticos e que, de entre eles, só uma percentagem mínima o faz regularmente. Mais de metade dos cidadãos garante que não acede por não estar interessado em política, quase 20 por cento porque escolhe informar-se através dos média e cerca de 5 por cento porque acha que nas páginas dos partidos apenas vai encontrar propaganda.

A metodologia incluiu também entrevistas com os responsáveis de comunicação dos partidos para conhecer as suas estratégias, especialmente em redes sociais como Facebook, Twitter, Flickr, Youtube ou Instagram, embora quase nenhum partido tenha contas oficiais em todas essas plataformas. Para complementar esta informação com opiniões dos cidadãos, também foi realizado um “focus group”, técnica que reúne várias pessoas para debaterem.

Os responsáveis pelo projeto concluíram que a presença dos partidos políticos portugueses na Internet não contribui para a realização dos seus objetivos no domínio das relações públicas, que deviam estabelecer e manter ligações benéficas; no entanto, a divulgação de informação prevalece sobre a promoção de uma vida política mais participativa, situação semelhante a outros países.

Apesar de a “web 2.0 ter criado um novo espaço público para o debate e conversa de orientação política”, os investigadores deste projeto afirmam, nas suas conclusões, que “não depende da tecnologia que haja implicações para a esfera pública”. A participação que se permite nos sites dos partidos políticos é mais uma “simulação” com fins persuasivos e propagandísticos. 

Data da última atualização: 2015-06-04
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