Objectivos de Aprendizagem |
A pergunta “Que é o mundo?” não tem de reclamar uma resposta imediata; bem pelo contrário, convida desde logo a assumir o lance inquiritivo em que a questão é jogada. Nesse sentido, esta UC tem como objectivo estimular a prática do questionamento filosófico, por via de um tema fundamental da filosofia. No final da UC, o estudante deve ser capaz de: (i) identificar questões relativas aos nossos ser-no-mundo e estar-no-mundo; (ii) explicitar os elementos fundamentais das perspectivas estudadas; (iii) discutir respostas à pergunta “Que é o mundo?”; (iv) problematizar o nosso ser e estar no mundo.
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Conteúdos programáticos |
.O Mundo, uma noção polissémica e analógica: creatio (Gn 1, 1: “In principio creavit Deus caelum et terram.”), cosmos e mundus frente ao khaos. A ideia de mundo-universus como “totalidade ordenada” (universitas rerum): macrocosmos, mesocosmos e microcosmos. . O fragmento único de Anaximandro: mundo e justiça segundo a “ordem do Tempo”. .O fragmento 30 de Heraclito: “Este mundo nenhum deus nem nenhum homem o fez, mas foi, é e será um fogo eterno e sempre vivo…”. .O mundo como “mundividência” e “projeto”. A noção fenomenológica de mundo como “o horizonte de todos os horizontes”. As críticas de Michel Henry ao “horizonte do mundo”. . «A teoria dos dois mundos (“Verdadeiro” Ser e “Mera” Aparência) revisitada. Nicolau Maquiavel e Hannah Arendt». .Os vários modos pregnantes da expressão de relação crítica com o mundo na contemporaneidade que culminam no estranhamento do mundo: o desencantamento do mundo de Weber; a alienação do mundo de Arendt; a ideia de "desligamento" do mundo de A. Barata
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Bibliografia principal |
COSTA FREITAS Manuel da, “Mundo”, in: Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Vol.3, Lisboa – São Paulo: Editorial Verbo, 2006, cols. 1031-1037;«Maquiavel e a Aparência» (António Bento, in Espinosa e o Estado dos Hebreus. Ensaios de Filosofia Política, Documenta, 2022, pp. 47-67); Peter Sloterdijk (2008). O Estranhamento do Mundo. Lisboa: Relógio d’Água; Heidegger, M. (2011). Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão (pp. 228-238). Rio de Janeiro: Forense Universitária (or. 1929/30); Kreibich, S. (2017). O homem é formador de mundo: mundo como conceito metafísico segundo Martin Heidegger. Intuitio, 10(1), 94-106;Poemas dos heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis;Martin Heidegger. (2024). A origem da obra de arte, Lisboa: Edições 70; Bejan, A. (2012). Design in nature: How the constructal law governs evolution in biology, physics, technology, and social organization. Doubleday; Platão, Teeteto, FCG.
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