A Integração Logística em Cadeias de Valor Globais
Doutor João Carlos Quaresma Dias - ISEL/DEM IST/SAEN/CENTEC
Apesar da complexidade que envolve a Gestão de Cadeias de Abastecimento e fornecimento fiáveis, ágeis, flexíveis, lean, mas simultaneamente robustas e resilientes, com a verdade é que são as operações, que permitem assegurar a circulação física dos produtos, matérias primas, enfim, tudo o que é necessário, para fornecer todos quantos participam do sistema de valor acrescentado até ao cliente/consumidor final. Assim, a organização lógica e coerente das operações por empresas fará com que estas consubstanciem o que se designa por cadeia de valor que, por sua vez, materializará a supply chain (SC), de gestão transversal e inter-empresarial, em rede.
A SC incluirá, sem dúvida, as operações de transformação de matérias-primas, de produção e, de entre todas, as que concernem à circulação física consubstanciados pelos sistemas de transportes e as empresas transportadoras que os integram. Tal cadeia incluirá pois, as organizações empresariais, as infra-estruturas, estatais ou privadas, os meios físicos, os recursos e estará exposta a intempéries, desastres naturais, surtos grevistas, atentados terroristas, golpes de Estrado, etc., pelo que tem de levar em conta outras operações adjacentes, mas essenciais, de security, acordos sindicais e por aí adiante. Por sua vez, tal como qualquer outro subsistema logístico os transportes tendem, também, a evoluir para graus de integração cada vez mais avançados, de acordo com o seu nível de participação nas cadeias de valor e assumir-se-ão tanto mais como sistemas integrados e integradores quanto mais vasto e mundializado for o seu raio de acção.
Em Portugal, o mínimo que se pode dizer é que as empresas que participam em redes de fornecimento e redes e canais de distribuição, os braços materiais das cadeias de valor, se encontram, ainda, num estádio superficial de integração e colaboração em redes dado que acrescentam pouco valor físico aos inventários em trânsito e, pior do que tudo, não controlam nem fornecedores nem os pontos de encontro com os clientes/consumidores e desconhecem os contornos dos negócios logísticos de que fazem parte.
Nestas condições, em qualquer momento, correm o perigo de ser transformadas em elos dispensáveis (descartáveis) e substituíveis por quaisquer outros candidatos que estejam disponíveis em qualquer canto do mundo. Os nossos elos logísticos são, em muitos casos e circunstâncias, elos fracos e pouco seguros, em especial quando concernem ao desenvolvimento internacional da economia nacional.
Organização:
Departamento de Engenharia Electromecânica