A funcionar na Faculdade de Ciências da Saúde e no UBImedical, o laboratório é liderado pela docente Assunção Vaz Patto que esclarece “tentamos avaliar patologias neurológicas, como o acidente vascular cerebral, demência, doenças extrapiramidais como Parkinson e patologia associada com dor com vários métodos neurofisiológicos, tentando também estudar a sua evolução”.
Os campos de investigação abrangidos por esta equipa são muito diversos, mas os cientistas salientam alguns projetos específicos: “Estamos a estudar os mecanismos da criatividade, a finalizar a apresentação de um dispositivo de prevenção de escaras e a avaliar a resposta de pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral e têm dificuldades cognitivas na resposta a formas de estimulação neurofisiológica”.
“Nós tivemos resultados muito favoráveis com diferentes estimulações utilizadas para doentes que sofreram um acidente vascular cerebral e com dificuldades cognitivas mínimas”, afirma a investigadora. Os resultados destas investigações serão publicados em breve. Além disso, os estudos de laboratório também se destacam no campo da neuropsicologia, por exemplo, na perceção auditiva de indivíduos normais.
Para realizar um trabalho tão abrangente, a equipa é formada por diversos especialistas, como um médico neurologista, um neurofisiologista clínico, um cardiopneumologista clínico, um neuropsicólogo, dois médicos de medicina interna e um outro de medicina geral. No entanto, este campo é tão amplo e afeta tantas facetas do conhecimento que são frequentes as colaborações de especialistas de outros departamentos da UBI, de áreas como a engenharia ou a aeronáutica, com projetos de avaliação neurofisiológica, por exemplo. Também a neurofisiologia é útil no campo da educação médica, marketing e design multimédia ou na optometria. Neste tipo de colaborações estão envolvidos alunos de medicina, farmácia, optometria e engenharia, que realizam trabalhos de mestrado.
Técnicas
Para a realização destes estudos, o Laboratório de Neurofisiologia usa técnicas como eletromiografia, que avalia a atividade elétrica produzida pelos músculos ligados ao esqueleto; a técnica de potenciais evocados, que estuda a resposta do sistema nervoso aos estímulos sensoriais; a eletroencefalografia, analisar as ondas cerebrais; ou a estimulação magnética transcraniana, que estimula o córtex cerebral.
Entre os próximos objetivos desta equipa está o estabelecimento de colaborações internacionais, não só no domínio da investigação, mas também no ensino. E esperada a chegada de uma estudante do Brasil, em breve, e um dos projetos para o futuro é criar um mestrado internacional em envelhecimento.