O grupo de 26 nomeados para o Prémio Archiprix Portugal inclui este ano Maria Monteiro, formada em Arquitetura pela Universidade da Beira Interior (UBI), onde estudou até ao ano passado. A diplomada neste mestrado integrado do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA) concorreu ao galardão com o projeto de fim de curso que propunha um modelo de construção de habitações para o Vietname. “Está a ser uma boa experiência estar entre os finalistas do Archiprix”, sublinha.
Orientado por Jorge Carlos e co-orientado por Jorge Jular, o estudo desenvolve um modelo habitacional desenhado de acordo com princípios económicos e sustentáveis, de construção simples e utilizando recursos naturais do local, mais especificamente o bambu.
De acordo com a descrição do projeto, intitulado “O lado impulsivo, incoerente e emotivo da arquitetura”, as habitações que resultam do modelo criado por Maria Monteiro “funcionam eficazmente, com cariz autossuficiente, solucionando as principais problemáticas ambientais e melhorando as condições de vida dos habitantes”, além de reforçar o sentido de comunidade e cultura tradicional do país asiático.
O local de intervenção para o projeto é Chau Doc, cidade fronteira com o Camboja, localizada na bifurcação do rio Bassac e Mekong, onde há uma forte exposição a períodos de fortes monções e às subidas sazonais do nível das águas do rio. Esta característica geográfica é também aproveitada pela aluna da UBI para reforçar a componente sustentável. É proposto o aproveitamento das águas pluviais para uso doméstico, assim como uma solução para os esgotos, onde se pretende projetar um sistema de depósito de águas residuais flutuante, que acompanha a subida e descida do nível das águas.
A preocupação pela sustentabilidade da estudante da UBI entre 2010 e 2015 esteve presente noutro momento do percurso de Maria Monteiro. Na altura em que frequentava o 2.º ano do curso, em 2012, representou a Faculdade de Engenharia num projeto de Design e Sustentabilidade.
Quanto a outras participações em projetos da atual estagiária no ateliê Fragmentos de Arquitetura, tem no currículo a colaboração no trabalho de cenografia para o desfile de Luís Buchinho, também em 2012, e integrou a equipa vencedora do 2.º lugar no Concurso das Ilhas Selvagens no ano de 2016, com o GLLatelier.
Os vencedores do Prémio Archiprix Portugal são conhecidos no sábado, dia 14 de maio, data em que decorre a entrega de prémios e exposição de finalistas da atual edição. Este galardão distingue anualmente os melhores trabalhos de fim de curso de mestrado apresentados nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Arquitetura Paisagista. Tem temática livre e pretende dar visibilidade à diversidade e qualidade académica da mais jovem geração de arquitetos.
O Prémio Archiprix Portugal foi instituído em 2012 pela Fundação Archiprix (Roterdão) e Fundação Serra Henriques (Lisboa), envolvendo a Ordem dos Arquitectos, a Trienal de Arquitectura de Lisboa, Casa da Arquitectura, Docomomo Internacional e o corpo docente das Instituições de Ensino de Arquitetura, Urbanismo e Arquitetura Paisagista portuguesas.
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Archiprix
Foto: Archiprix Portugal