Um estudo que está a ser desenvolvido na Universidade da Beira Interior (UBI) revela que o consumo de arando tem benefícios para a saúde, nomeadamente para problemas do aparelho urinário. As conclusões mais recentes da investigação centrada nesta baga da família do mirtilo foram publicadas no “Journal of Urology”, considerada a segunda melhor revista científica da área da Urologia.
O artigo publicado este mês aponta como principais descobertas que o consumo de arandos (cranberries) reduz a incidência de infeções urinárias, especialmente em doentes com infeções urinárias recorrentes, o que pode ser muito relevante no tratamento e prevenção destes problemas e, consequentemente, na prevenção do desenvolvimento de resistência a antibióticos.
Nas próximas etapas vão ser avaliados os efeitos benéficos do consumo de frutos vermelhos para a saúde humana, particularmente no controlo dos fatores de risco de doenças cardiovasculares. Pretende-se ainda estudar as interações químicas entre os compostos bioativos maioritários dos frutos vermelhos e o efeito resultante na atividade antioxidante. Efetuar a caracterização fitoquímica e avaliar as propriedades reológicas e antioxidantes de sumos de frutos vermelhos disponíveis comercialmente, é outra das intenções.
O artigo intitulado “Can Cranberries Contribute to Reduce the Incidence of Urinary Tract Infections? A Systematic Review with Meta-Analysis and Trial Sequential Analysis of Clinical Trials” está assinado por uma equipa de três investigadores da UBI constituída por Ângelo Luís (Bolseiro de Pós-Doutoramento da Faculdade de Ciências no âmbito do Protocolo celebrado entre a UBI e o Banco Santander/Totta, Fernanda Domingues (do Centro de Investigação em Ciências da Saúde) e Luísa Pereira (Centro de Matemática e Aplicações).
De acordo com Luísa Pereira, a publicação do trabalho “vai seguramente contribuir para uma maior visibilidade e reconhecimento pela comunidade científica do trabalho interdisciplinar desenvolvido na Faculdade de Ciências e na UBI”.
Um trabalho a que não é alheio o apoio concedido pelo Banco Santander, que financia a investigação de Ângelo Luís, além de várias bolsas de incentivo a Doutoramento e Pós-Doutoramento em todas as faculdades da UBI. Luísa Pereira destaca que o trabalho “só pôde ser realizado devido ao financiamento concedido no âmbito do Protocolo celebrado entre a UBI e o Banco Santander/Totta. Uma situação que se poderá repetir no futuro, uma vez que a parceria estabelecida entre a UBI e o Santander vai resultar na concessão de mais 17 bolsas, que abrangem as cinco faculdades da UBI, cujo prazo de candidatura termina a 17 de outubro.