21h00 - Lançamento do livro Geração invisível: os novos cineastas portugueses
“Páginas de uma história recente” poderia também ser o título deste estudo efectuado com as contribuições de 17 investigadores de diversos países. Ana Catarina Pereira e Tito Cardoso e Cunha, os organizadores deste volume, pretenderam analisar a inquietude, a poesia, a liberdade e o olhar de um grupo de realizadores que começa a filmar no início do século XXI. O resultado é um estudo conjunto sobre uma geração que assume novas preocupações estéticas e modos de filmar disruptivos.
Sobre quem falamos:
Constrangidos pelas restrições económicas que, desde cedo, ditaram a História do Cinema Português, cineastas como Miguel Gomes e João Salaviza têm mantido uma produção consistente, aplaudida pela crítica e distinguida em diversos festivais internacionais. Ambos já foram premiados em Berlim e João Salaviza em Cannes. Mas da mesma geração fazem também parte Rodrigo Areias, Sandro Aguilar, Catarina Ruivo ou Miguel Gonçalves Mendes, entre outros, cujos percursos e obra constituem objecto de análise nesta publicação com a chancela LabCom.
Os possíveis leitores:
O livro, organizado a partir da primeira universidade pública a facultar uma licenciatura e mestrado em Cinema, não se dirige apenas à comunidade académica, mas a todos os que se interessam por cinema português e pelos géneros minoritários a que a nova geração se dedica. Porque também existem westerns, ficções científicas e filmes de terror no cinema português, tal como internacionalmente reconhecidos e muitos talentosos cineastas de animação.
O que há de novo no Cinema Português?
Extingue-se uma certa tendência egocêntrica de fazer filmes para si próprio, ininteligíveis ou imperscrutáveis. Saúda-se o interesse do público e sai-se da grande cidade, percebendo-se que fora da área metropolitana de Lisboa fervilham cineclubes, teatros e associações culturais abertos à possibilidade de divulgar filmes nacionais. Renova-se o cinema português. E, com ele, a sua imagem.
22h00 - Exibição de José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes (2010, 125min).
"A Viagem do Elefante", o livro em que Saramago narra as aventuras e desventuras de um paquiderme transportado desde a corte de D. João III à do austríaco Arquiduque Maximiliano é o ponto de partida para "José e Pilar", filme que retrata a relação entre José Saramago e Pilar del Río.
"José e Pilar" revela um Saramago desconhecido; desfaz ideias feitas; prova que génio e simplicidade são compatíveis; é um olhar sobre a vida de um dos grandes criadores do século XX e a demonstração de que, como diz Saramago, “tudo pode ser contado doutra maneira”.
Considerado o melhor filme português de 2010 pela Revista Visão e entre os 5 melhores pela Time Out, foi o candidato português aos Óscares de 2011 para melhor filme estrangeiro.
Dia 18 de Junho, data em que se perfaz três anos que José Saramago faleceu, a UBI associa-se à iniciativa da produtora JumpCut na exibição do documentário José e Pilar. Trata-se de uma iniciativa a decorrer, em simultâneo, em diversos cineclubes e associações culturais por vários pontos do país.
Biografia:
Miguel Gonçalves Mendes (Covilhã, 1978), realizou vários documentários, curtas e longas-metragens, dos quais se destacam: D. Nieves (2002), documentário sobre a Galiza, que recebeu o Prémio Europeu “Massimo Troisi” em Itália, o Prémio “Jovem Realizador” no Festival Ovarvídeo 2003 e o Prémio “Melhor Documentário” no FEST 2003; e Autografia (2004) sobre Mário Cesariny, que recebeu o prémio de Melhor Documentário Português no DocLisboa e o Grande Prémio Lusofonia - FamaFest.
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