Esta ideia consiste em levar um livro e deixar outro num determinado lugar público, a fim de que outros o levem, o leiam, o voltem a lançar na corrente (esse ou outro livro, nesse ou noutro ponto de troca) e assim, sucessivamente, criar uma cadeia de leitura cada vez mais alargada.
Qualquer tipo de livro pode entrar nesta rede de partilha (científico, técnico, manual, tese, romance, novela, ensaio, poesia, ficção, BD, religião, etc.), que, aliás, até já criou um clube mundial de BookCrossing, na Internet.
Várias cidades, como Berlim, Nova Iorque ou Londres têm tirado partido da ideia para reaproveitar antigo «mobiliário urbano». Por exemplo, Londres recuperou e destinou para o efeito mais de 500 das célebres Red K6 Telephone Box, as típicas Cabines Telefónicas Vermelhas espalhadas pela cidade. Tem sido um enorme sucesso: em vez de livros e cabines usadas irem para o lixo, até já estão a exportá-las para outros países. Há hoje pontos de BookCrossing um pouco por todo o mundo, em aeroportos, estações de Metro, jardins, bibliotecas, etc..
José Rosa, docente responsável pelas bibliotecas da UBI faz o apelo: “O que muito simplesmente venho pedir a cada Professor(a), Investigador(a), Aluno(a), Funcionário(a) da UBI é que alimente a ideia e entregue um livro para constituir o fundo inicial desta «Troca» (os mais generosos podem doar mais que um, evidentemente!). Pode deixá-lo directamente nas estantes ali assinaladas para isso. Logo a seguir leve um e traga outro, e leve um e traga outro...! E se não tiver um livro para contribuir graciosamente para o fundo inicial da troca, não há problema: simplesmente deixe um e leve outro. “ A Biblioteca e os Serviços Gráficos da UBI vão contribuir para o fundo inicial de troca com mais de uma centena de livros.
“Seria bom, aliás, que a ideia extravasasse da UBI: que todos na cidade saibam que podem ir ao BookCrossing da Biblioteca Central da UBI e trocar aí um livro por qualquer outro disponível e à sua escolha”, acrescenta José Rosa.
Em vários países a experiência já mostrou que a esmagadora maioria dos pontos de BookCrossing se consegue auto-sustentar de forma duradoura como um «bem público». Ciente das desvantagens, o docente da UBI reconhece “Claro que há sempre o "risco" de alguém levar simplesmente livros e não trocar. Mas, para parafrasear Platão, é um "belo risco" que vale a pena ser corrido. Oxalá nesses casos haja mesmo genuína vontade de ler”, mas não esconde o seu entusiasmo pelo projeto “ O seu sucesso (ou não) também nos revelará, em parte, como académicos, como leitores, pessoas urbanas, cosmopolitas, mais ou menos cultas, atentas, cosmopolitas; enfim, cidadãos desta cidade... Com certeza que nas suas estantes há livros que "ficarão felizes" por partir em viagem. E uma parte de si irá, para sempre, com aqueles que leu.”
O «Ponto de Troca de Livros» irá situar-se na Biblioteca Central, na Sala de Trabalhos de Grupo, onde ficava a livraria Bisturi.