No âmbito do ciclo de conferências DESIGNA
Talks, organizado pela Licenciatura em Design Multimédia, decorrerá no dia 14 de
maio, 2
ª feira, a conferência “Narrativa Não Linear e Filme Hipermédia”, proferida por Luís Frias. A conferência terá lugar às 10 horas, na Sala dos Arcos (2.05A) na Parada.
O desenvolvimento nas últimas duas décadas dos suportes digitais transformou de forma fundamental os formatos narrativos, particularmente as técnicas cinematográficas, mais do que em qualquer outro momento na história do cinema, nomeadamente o do processo da introdução do som.
A possibilidade de filmar com pequenas câmaras, equipas reduzidas, editando o conteúdo num computador pessoal e distribuindo o mesmo num leque diversificado de formatos e diferentes suportes, alterou radicalmente o paradigma dos formatos narrativos lineares e, nomeadamente, o do cinema enquanto arte, indústria e
espetáculo. A facilidade de acesso aos meios de criação, edição e distribuição, criada pelas ferramentas digitais, “democratizou” a capacidade narrativa resultando num crescimento exponencial do filme independente e na extensão dos formatos de publicação do mesmo.
A autoria, neste contexto, é em si mesma um paradigma em mutação. A um conceito singular, em torno de um individuo ou entidade industrial, sucede-se um conceito colaborativo e de citação aberta, em que a matéria cinematográfica se torna um bem comum,
transacionável.
O hipertexto e a narrativa hipermédia, na internet, na consola de jogos ou nos formatos decorrentes da experiência cinematográfica clássica – televisão
interativa e DVD – representam, não só a afirmação dos formatos
não lineares da narrativa mas também, a atomização da experiência do conteúdo. O
espectador passou a participar
ativamente no desenrolar da narrativa, e por esse intermédio tornou-se
ator e
coautor da mesma.
Contar uma estória recorrendo ao filme digital é hoje em dia, no contexto contemporâneo da comunicação, não apenas um
ato criativo ou estético mas uma afirmação narrativa numa realidade
coletiva não linear. O tecido da história moderna, biológico e linguístico, desde sempre
não linear, encontra finalmente os instrumentos adequados ao seu registo e comentário.
Ver
Cartaz.
Fonte: Departamento de Comunicação e Artes.