A primeira edição da bolsa criada pela EDP em homenagem a Manoel de Oliveira foi atribuída a um estudante do Mestrado em Cinema da Universidade da Beira Interior (UBI). Flávio Ferreira candidatou-se ao prémio com a produção “Pele de Cordeiro”, curta-metragem produzida no âmbito de uma disciplina do curso do 2.º Ciclo.
O trabalho tem cerca de seis minutos e foi escrito e realizado pelo estudante da UBI, que também foi aluno de Cinema, ao nível da licenciatura, para a qual concorreu como “opção única”, como recorda.
O cenário é a Serra de Aire e Candeeiros, na zona de onde Flávio Ferreira é natural: o concelho de Torres Novas. É lá que se desenrola uma “história tem que ver com autoridade, paternidade e a ideia da figura paterna”, descreve o autor, acrescentando que foi realizado numa só sequência, como era exigido pelos critérios de avaliação da disciplina.
O filme cumpriu em pleno os critérios do regulamento da bolsa, que pedia trabalhos ao estilo neorrealista de Manoel de Oliveira, cenários reais e atores não profissionais, aproximando-se assim do universo estilístico do realizador português.
Para o estudante de Mestrado, conquistar a Bolsa EDP/Manoel de Oliveira é uma “verdadeira honra”, justificada pelo valor do prémio e por ter o nome de Manoel de Oliveira, que considera “um dos maiores cineastas portugueses que já viveu e que, por certo, ficará para sempre marcado na história do cinema português e do mundo”.
Flávio Ferreira vai agora dispor de 50.000 euros para aplicar no prosseguimento a sua formação na “Sétima Arte”. O objetivo imediato “é concluir os estudos na UBI e, depois, usando o montante da bolsa, ir para o estrangeiro aprofundar conhecimentos”, conclui.
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