Maria Neto participa numa das mesas redondas da representação de Portugal na 17º Bienal de Arquitectura de Veneza. A docente do Mestrado Integrado em Arquitetura da Universidade da Beira Interior (UBI) vai integrar o Debate “Instant City”, juntamente com Manuel Herz e Michel Agier.
O evento faz parte do calendário de debates que acompanham a exposição “In Conflict”, o tema escolhido para documentar 40 anos da arquitetura portuguesa na Bienal da cidade italiana.
O debate em que participa Maria Neto decorre online, no dia 28 de março (domingo), a partir das 18h30.
O debate propõe discutir os assentamentos de emergência para a população deslocada a nível global por consequência de guerras ou condições políticas, climáticas e sanitárias. Calcula-se que, atualmente, 80 milhões de refugiados vivam em condições de higiene e segurança precárias e mil milhões de pessoas vivam em bairros de lata, crescentes geografias da vulnerabilidade social.
“Enquanto a arquitectura e o planeamento urbano geralmente ficam aquém nas suas respostas, o que podemos aprender destas cidades instantâneas? O que revelam sobre o papel da arquitectura no dilema humanitário e no nosso mundo instável?”. Estas questões são pontos centrais da mesa redonda, cujo resumo acrescenta: “Alguns consideram as soluções informais mais eficientes que os esquemas excessivamente planeados; outros reclamam a valorização das soluções DIY dos habitantes desses campos enquanto agentes da produção do espaço. Entretanto, os arquitetos continuam a desenvolver sistemas modulares e de habitação portátil. Que perspetivas se aplicam às povoações migrantes? Questionar como vamos viver juntos exige foco na expressão física do conflito”.
Maria Neto é arquitecta, investigadora e professora assistente no Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI. Realizou estudos de pós-graduação em Development of Human Settlements in the Third World e tem experiência profissional em Humanitarian Shelter Coordination. Recebeu o Prémio Távora 2016 com Invisible Cities of Dadaab.
O Pavilhão de Portugal na Bienal tem curadoria do atelier depA e o calendário das sessões propostas começou no dia 14 de março e vai até setembro, entre Veneza, Lisboa e Porto.