Sofia Craveiro, jornalista formada pela Universidade da Beira Interior (UBI), venceu a primeira edição do Prémio “Mário Soares, Liberdade e Democracia”, atribuído pela Assembleia da República. O galardão distingue trabalhos de elevado mérito que promovam os valores democráticos e contribuam para a formação de uma opinião pública livre e pluralista.
A licenciada e mestre pela UBI foi premiada pela reportagem “Arquivos de media: memória sem garantia de preservação”, publicada na plataforma independente Gerador. A investigação, desenvolvida ao longo de dois anos e composta por sete artigos, analisa o passado e o presente dos arquivos dos órgãos de comunicação social, revelando a perda irreparável de materiais únicos — incluindo registos de momentos icónicos da história portuguesa, como o 25 de Abril — e alertando para a falta de compromisso das entidades públicas e privadas na preservação da memória coletiva.
Sofia Craveiro é licenciada em Ciências da Comunicação (2015) pela UBI e mestre em Branding e Design de Moda (2017) pela UBI/IADE. No seu percurso profissional, passou pelo semanário O Interior, sediado na Guarda, e colaborou com diversos meios nacionais e internacionais, entre os quais Público, Mensagem de Lisboa, Shifter, Amnistia Internacional, Turning Point, Eurozine e VoxEurop. Tem-se dedicado sobretudo ao jornalismo independente, direitos humanos, democracia, desigualdades e diversidade.
Já tinha sido galardoada com a reportagem “Aborto Seguro em Portugal”. O trabalho publicado a propósito dos 15 anos da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez conquistou o Prémio de Jornalismo em Saúde na categoria digital, distinção atribuída pelo Clube de Jornalistas e Apifarma.
Criado em 2024, o Prémio “Mário Soares, Liberdade e Democracia” distingue anualmente organizações e cidadãos, portugueses ou estrangeiros, que contribuam para o reforço da democracia em Portugal e no mundo, através de atividades informativas, formativas ou pedagógicas alinhadas com os valores defendidos por Mário Soares.
A cerimónia de entrega do Prémio — que inclui um diploma e um valor pecuniário de 25 mil euros — decorre na Assembleia da República. O galardão é atribuído pelo Presidente da Assembleia, José Pedro Aguiar-Branco, sob proposta do júri da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Foto: Associação Literária