A exposição “Histórias em Banda (Não) Desenhada”, da autoria de João Lourenço, está patente ao público até 9 de junho, no hall da entrada principal da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade da Beira Interior (UBI).
A mostra, segundo o autor, resulta da vontade em chamar a atenção para vários problemas das mulheres na sociedade. “Aqui se incluem as questões relacionadas com a gestão de compromisso entre vida privada, profissional e actividades recreativas, bem como as questões de saúde, bem-estar e violência de género. Cada conjunto de imagens conta-nos um pouco da vida de cada mulher que deu a cara”, refere o fotógrafo.
João Lourenço explica que a escolha em fotografar mulheres com mais de 50 anos tem três motivos: “em primeiro lugar, alguma separação etária teria de ser feita e os 50 anos são marcantes, seja para quem for. Por outro lado, quanto mais idade tivermos, mais probabilidade há de termos histórias para contar. Em terceiro lugar, a expectativa da sociedade em relação às mulheres com estas idades ainda era, quando elas cresceram, principalmente a de que fossem «apenas» mulheres. Por uma ou outra razão, elas ultrapassaram isso e foram, para além de mulheres, mães, profissionais, desportistas e/ou artistas mais ou menos amadoras, doentes e, sobretudo, sobreviventes, possuidoras de resistência e resiliência raras”. Nota para o facto de as mulheres fotografadas terem todas uma ligação à Universidade da Beira Interior.
Receber a exposição “Histórias em Banda (Não) Desenhada” é, para Arminda do Paço, presidente da FCSH-UBI, mais uma forma “de abrir a Faculdade à comunidade e de dar à comunidade a oportunidade de conhecer a Faculdade e o trabalho meritório do fotógrafo João Lourenço”.
“Histórias em Banda (Não) Desenhada” pode ser visitada até 9 de junho, entre as 08H00 e as 20H00, de 2.ª a 6.ª feira e aos sábados, das 08h00 às 14h00.
NOTA BIOGRÁFICA:
João Lourenço nasceu na Covilhã em 1970. Dedica-se à fotografia desde 2013. Frequentou várias formações com fotógrafos como Lucas Cavalheiro, Daniel Marins, Clício Barroso Filho, Léo Neves e Flávio de Marchi (Brasil); Diego Rosseaux (Argentina); Francisco Sanches, João Pedro Silva, Luís Agostinho, Nelson D'Aires e Augusto Brázio (Portugal). Começou por interessar-se pela fotografia de paisagem. Com o passar do tempo e das experiências, despertou o interesse pela fotografia de pessoas e isso levou a um maior interesse pelo estudo da luz, tanto natural como artificial.
Participou numa exposição colectiva com o fotógrafo Francisco Sanches, dedicada ao tema da cereja (fotografia de natureza); na exposição “Covilhã ao Luar”, organizado pela Biblioteca Municipal da Covilhã (fotografia de rua). Mais recentemente, no âmbito da Masterclass "Viagens na Minha Terra", ministrada pelos fotógrafos Nelson D'Aires e Augusto Brázio, produziu um documentário fotográfico intitulado “Espelho”, sobre a decadência do comércio tradicional na Covilhã, com a colaboração daqueles dois fotógrafos e do músico Defsky.
Actualmente, dedica-se a ensaios fotográficos femininos, levando à prática a paixão pela fotografia de pessoas, tanto ao ar livre como em estúdio e contribuindo, sempre que possível, para a construção ou reconstrução da auto-estima da fotografada. Em simultâneo, prossegue a fotografia de paisagem.
Fonte: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
